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Trânsito é responsável pela maioria das mortes acidentais de crianças

Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 500 crianças morrem diariamente no trânsito em todo o mundo. No Brasil, o trânsito é a principal causa de morte acidental de meninos e meninas de até 14 anos de idade. Respeitar os limites de velocidade é dever de todos os motoristas e um fator importante para mudar essa realidade.

Mortes acidentais no Brasil de crianças de 0 a 14 anos Fonte: Datasus ? 2013

Mortes acidentais no Brasil de crianças de zero a 14 anos
Fonte: Datasus ? 2013

Dados mais recentes disponíveis no sistema Datasus (ligado ao Sistema Único de Saúde) revelam que, em 2013, 38% das 4.515 mortes acidentais de crianças e adolescentes de zero a 14 anos no País decorreram de acidentes de trânsito. Em Goiás, esse percentual foi ainda maior: 44% dos óbitos acidentais nessa faixa etária.

As crianças formam um dos grupos mais vulneráveis no trânsito. Como passageiras, a sua segurança depende do comportamento dos adultos. Como pedestres, elas têm dificuldade para julgar a velocidade dos carros e os riscos a que estão expostas.

Somado a esses fatores, está o excesso de velocidade: infração que gera grande preocupação por parte das autoridades. Em 2014, quase 65% das infrações constantes do Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf) foram por velocidade acima dos limites permitidos. No balanço de 2014 feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), esse tipo de infração representou 39% das registradas.

Para o chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF em Goiás, inspetor Newton Morais, das três infrações com maior número de registros nas estradas federais, transitar em velocidade superior à máxima permitida é a mais grave. ?A primeira preocupação nossa é o excesso de velocidade. É a que mais mata. Em segundo lugar, as ultrapassagens proibidas, e em terceiro, a não utilização do cinto.?balanco-prf

O inspetor ressalta também que esse tipo de infração está diretamente ligado a uma das ocorrências mais comuns nas estradas federais. ?Um dos acidentes mais corriqueiros são as saídas de pista. E elas são provocadas na maioria das vezes por excesso de velocidade.?

Controle e capacidade de reação
O secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Goiânia, Andrey Azeredo, explica que, quanto maior a velocidade, maior é a distância de frenagem do veículo e menor é a capacidade de reação do motorista. ?Com uma velocidade menor, o veículo para mais rápido. Além disso, o próprio pedestre tem uma possibilidade maior de evitar um acidente porque a capacidade dele de reagir também aumenta.?

O secretário destaca que o excesso de velocidade influencia também na gravidade dos acidentes e dos atropelamentos de adultos e crianças. ?Quando reduzimos a velocidade estamos contribuindo para que não ocorram acidentes, e se ocorrerem, como atropelamentos, por exemplo, eles serão menos danosos.?

Conscientização

Áurea Maria Nunes - Coordenadora de Educação de Trânsito Foto: Detran-GO

Áurea Nunes ? Educação de Trânsito
Foto: Detran

Para a coordenadora de Educação de Trânsito do Detran de Goiás, Áurea Maria Nunes, as crianças muitas vezes são reféns do mau comportamento dos pais e de outros condutores. ?Quem ama cuida, quem ama protege. Essas crianças estão nas nossas mãos. Hoje, em muitos casos, o filho é que chama a atenção dos pais para que façam o certo, quando na verdade os pais é que devem ser exemplo.?

Áurea conta que durante palestras e dinâmicas do Programa Detranzinho, iniciativa de conscientização do órgão nas escolas, ouve diversos relatos de crianças sobre o mau comportamento dos pais no trânsito. ?São vários tipos de comentários. Tem uns que dizem: meu pai não respeita o semáforo; meu pai bebe e dirige; não usa o cinto de segurança; fala no celular; na rodovia meu pai corre muito.?

Detranzinho

Foto: Detran

Para a coordenadora de Educação de Trânsito a transparência das crianças e a vontade que têm de aprender o que é correto fazem delas importantes multiplicadores, o que é um dos principais objetivos das palestras nas escolas e do Detranzinho. ?Essas são iniciativas do órgão dentro da Década Mundial de Ações para Segurança no Trânsito. Nós não estamos lá para formar condutores. Estamos para formar cidadãos conscientes e que sejam multiplicadores.?

Sofia Alves tem apenas cinco anos e  já sabe o que não deve ser feito no trânsito. ?Não pode ficar sem cinto de segurança, não pode ficar no celular, não pode passar no sinal vermelho, e não pode correr muito rápido, senão machuca muito.?

A mãe da pequena Sofia, Paula Márcia Alves, de 37 anos, diz que procura sempre ensinar as suas duas filhas a importância do respeito, não só às normas de trânsito como ao ser humano. ?Sempre digo a elas que a gente tem que respeitar as sinalizações e as pessoas. Quando se tem respeito, com certeza se tem um trânsito melhor. E, acima de tudo, o respeito aos limites de velocidade porque assim a gente consegue controlar nosso carro e evitar bastante os acidentes.?

- Goiás Agora