
O processo de industrialização de Goiás vem passando por grandes mudanças nas últimas décadas que culminaram no crescimento econômico, em razão, predominantemente, do fortalecimento do setor industrial, fruto da instalação de empresas de grande porte atraídas pelos incentivos fiscais e financeiros oferecidos por Goiás, pela abundância da matéria-prima e pela localização privilegiada, dentre outros fatores. Dados da Secretaria da Indústria e Comércio (SIC) mostram que o PIB industrial goiano é de R$ 25,8 bilhões, o maior do Centro-Oeste. O ranking da indústria goiana é formado por: 52,8% alimentos; 7,3% veículos; 7% química e 67% da indústria goiana.
Goiás obteve a segunda maior alta do País na produção industrial em setembro de 2014. O Estado é responsável por 2,7% da produção industrial nacional. Documento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que em Goiás, a indústria representa 23,2% da economia, emprega 353 mil trabalhadores e responde por 23,4% do emprego formal do Estado. Goiás cobra a terceira tarifa mais baixa para o Simples Nacional do País, beneficiando as micro e pequenas indústrias. “Vários fatores e ações convergiram num resultado altamente positivo para a nossa indústria e nossa economia. A captação de investimentos que gerou R$ 35 bilhões nos últimos quatro anos”, lembra o secretário de Indústria e Comércio, William O’Dwyer. Goiás encerrou o ano de 2012 com produção total de riquezas no valor de R$ 123,926 bilhões, crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior. No mesmo ano, a economia nacional registrou um crescimento de apenas 1%.
Indústria química é a que mais cresce em Goiás
A indústria química é a que mais cresce no País e, em Goiás, não é diferente. O diretor-presidente da Equiplex e presidente do Conselho de Administração das Indústrias Farmacêuticas do Estado de Goiás, Heribaldo Egídio, no mercado desde 1986, fala da mudança do perfil industrial goiano nas últimas décadas. “A indústria farmacêutica é um dos setores que mais tem crescido no Estado de Goiás, juntamente com outros setores importantes da nossa economia; como o industrial de alimentos; o setor automotivo, que é recente em Goiás, com a chegada da Hyundai, da Mitsubish e da Suzuki. O setor farmacêutico tem sido importante para a nossa economia”, relata Heribaldo Egídio. O maior número de indústrias farmacêuticas instaladas em Goiás está no eixo Anápolis-Goiânia-Aparecida de Goiânia.
Industrialização
A Equiplex nasceu em 1986 com uma distribuidora, em Goiânia, atuando no setor industrial. Como a área de Goiânia ficou pequena, a empresa foi transferida para Aparecida de Goiânia (14 mil m² de área construída). A produção atual é de 250 milhões de unidades/ano de medicamentos injetáveis de uso médico-hospitalar. O quadro de colaboradores é formado por 400 empregados diretos. A empresa trabalha no Brasil com soluções de glicose, cloreto de sódio, manitol, potássio, glicoses concentradas, diluentes e outros medicamentos. “Nós temos clientes em todos os estados da federação”, afirma Heribaldo. A indústria importa equipamentos, insumos e matéria-prima de dez países, com destaque para os Estados Unidos, Alemanha, Itália, Holanda e China.
Heribaldo Egídio relata que “o setor industrial goiano não chegava, há duas décadas, a dois dígitos de representatividade do nosso PIB. Hoje ele está com mais de 23%”, argumenta. Levantamento do IBGE mostra que no mês de setembro de 2014 a indústria goiana registrou alta de 6,5% na comparação com o mesmo período de 2013. O Estado só ficou atrás do Espírito Santo (17,3%) no ranking nacional. No Brasil, o setor industrial registrou queda de 2,1%. Este é quinto maior dentre as 14 localidades pesquisadas pelo IBGE. No País, a situação é bem diferente: de janeiro a setembro deste ano, a indústria apresenta recuo de 2,9%.
Diretor-presidente da Equiplex, Heribaldo Egídio colhe os frutos do bom relacionamento entre empresários e o setor público em Goiás
Infraestrutura e ambiente econômico
O Produzir, que consiste no financiamento de parte do ICMS mensal devido pela empresa, é o programa governamental mais importante na atração de investimentos. Como é um financiamento, a empresa deve pagar juros de 0,2% ao mês e, ainda, uma antecipação de 10% sobre o valor financiado como forma de contrapartida/garantia. Essa antecipação é utilizada na implementação de subprogramas do Produzir e do Fomentar. “O Produzir e o Fomentar aprovaram nos últimos quatro anos 344 projetos. Nós tivemos ainda as missões realizadas no exterior e a visita de missões internacionais em Goiás. Recebemos recentemente uma equipe da Alemanha e está prevista a vinda de delegações portuguesas, canadenses e irlandesas para Goiás”, pontua William O’Dwyer.
A maior diferença entre os dois programas é o limite total do ICMS a ser financiado, 70% no Fomentar e 73% no Produzir. “Nós encontramos em Goiás uma interação muito forte do governo com o Fórum Empresarial. As barreiras técnicas que muitas vezes encontramos nos estados do Sul e Sudeste não existem aqui”, enfatiza Heribaldo Egídio. Obras de infraestrutura, como a Ferrovia Norte-Sul, a Plataforma Logística Multimodal e o Aeroporto de Cargas “vão transformar Goiás, nas próximas décadas, num grande centro industrial brasileiro”, opina Heribaldo.
Mão de obra
A Equiplex conta com o apoio do Sesi, Senai, Senac e IEL para a formação de mão de obra. “No passado recente, nós trazíamos muita gente de fora, principalmente de São Paulo. Hoje eu ainda tenho alguns de São Paulo, por exemplo. Nós temos na planta da nossa empresa um centro de treinamento porque compramos muitos equipamentos do exterior. Temos encaminhado também para se capacitarem na Europa. Mas ainda temos que avançar muito nesse requisito”, lembra Heribaldo. O principal desafio de empresa no momento é atrair técnicos bilíngues.
Mais informações: (62) 3201-5514
- Goiás Agora