
Ingerência no parque de diversão em Ceres apresenta muitas falhas
A adolescente Thatiely Carvalho Evangelista ( 16 anos), uma das quatro jovens arremessadas do brinquedo nas festividades em Ceres no domingo (26), prestou depoimento à Polícia Civil, nesta quarta-feira (29) e afirmou que antes de sofrer o acidente, gritou por socorro, mas com o som alto, o operador não ouviu. Que o operador travou a barra de segurança, destravando quando outras meninas chegaram para utilizar o brinquedo. O brinquedo começou a girar e percebeu que a barra estava solta. Começou a gritar a princípio. Que as outras meninas não sabiam o que estava acontecendo. Quando começou a girar em alta velocidade, tentava travar a barra de segurança e não conseguia. Após girar mais rápido, diz não se lembrar de mais nada, apenas de ser socorrida.
Segundo Dr. Marcos Rios, o Ministério Público está analisando a legalidade e veracidade dos documentos apresentados pela administração do parque à prefeitura de Ceres. O que chama a atenção da promotoria é a veracidade dos documentos e os laudos serem assinados por um engenheiro mecânico dias antes dos brinquedos estarem montados. As vistorias foram feitas no dia 17 com os brinquedos ainda no caminhão e montados no dia 22 de agosto. Dr. Marcos Rios em entrevista, lembra que esses brinquedos são perigosos, onde as pessoas buscam a adrenalina e situações de risco. E brinquedos perigosos exigem a princípio a precaução para evitar os resultados negativos. Acontecendo o pior, os resultados devem ser identificados e encontrar os culpados. Lembra que acidentes existem, mas não pode haver omissão do dever de fiscalização do estado. Já a primeiro momento informa que a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica, documento apresentado) foi forjada, onde o engenheiro usa a matrícula de outra profissional, que não esteve a Ceres e o documento não foi registrada no CREA.
No Brasil existem históricos e relatos semelhantes de irresponsabilidades e negligências onde as primícias é o faturamento, a alto promoção, sempre com resultando em acidentes. A exemplo os acidentes ocorridos em parque de diversões o de Foz do Iguaçu com dois feridos; em 2014 ocorrido em fortaleza onde morre uma pessoa e com vários feridos; Incêndio na Boite Kiss com mais de 240 mortos; no Reveillon do Rio de Janeiro com o naufrágio com o Bateau Mouche com 55 mortes no mar (1989); em Goiânia no Mutirama com 13 feridos, agora esse na Praça Cívica em Ceres. Isso é demonstrado pelos órgãos de proteção que as pessoas responsáveis não tem cumprido com as normas brasileiras de segurança.
No caso dos parques é bem claro que os engenheiros responsáveis ao apresentar a ART devem acompanhar a montagem e desmontagens dos brinquedos, inclusive verificar a qualidade do piso onde esses brinquedos são presos. Averiguar se tem segurança, resistência e estabilidade adequada. O acidente de Ceres já havia sido anunciado, pelo fato de já ter no ano passado a interdição do mesmo parque por iniciativa do Ministério Público e acolhido pela justiça. Com medo de que o parque fosse fechado frente às exigências das vistorias exigidas pelo MP , não se sabe ao certo se forjaram ou simularam a licença para sua realização e funcionamento.
Mesmo com pouca informação sabe-se que um parque montado e ou um evento em área pública existem trâmites a serem seguidos, deverá ter fiscalizações, estar dentro das leis vigentes, respeitar as cobranças municipais, estar com as normas legalizadas para receber a licença de funcionamento, pois são de responsabilidade do Poder Municipal. O Corpo de Bombeiros tem a sua responsabilidade em fiscalizar além de receber a ART; O administrador, a sua legalidade junto com o engenheiro responsável técnico pelo parque. Principalmente na sua manutenção.
Fica ainda o questionamento, quem são os responsáveis pelo ocorrido? E as como fica o bem estar das jovens feridas no parque na Praça em Ceres?
Matéria: Ferdinando Ricardo Foto : WEB